22.10.15

Contra a depressão, uma divertida maratona em Budapeste

Foi por ordem médica que a paulista ANDREIA OLIVEIRA começou a correr. Por volta de 2004, sofreu um crise de pânico, teve diagnóstico de depressão, e o psiquiatra recomendou que ela escolhesse um esporte para praticar com regularidade.
Passou a correr três vezes por semana, sempre numa balada bem tranquila –vagarosa, alguém poderia dizer. Quando se mudou parta Lisboa, onde trabalha em uma empresa de telecomunicações, passou a se dedicar à corrida com mais afinco.
“Comecei com a Corri da Mulher, que são cinco quilômetros, e quase morri”, diz ela em depoimento para este blog. “Achei que não conseguiria mais.”
Pois aquela prova, há quatro anos, foi o início de uma jornada, uma história de paixão pela corrida e de alegria por correr. Vieram as provas mais longas, 10 km, meia maratona e a estreia na maratona, em dezembro de 2012.
“Como sou uma corredora lenta, mas resistente, passei a me dedicar mais às provas longas. Já fiz sete maratonas e quatro ultras, sendo uma de 43 km na areia”, conta Andreia, que tem 37 anos.
Ela acaba de incluir mais uma no currículo, a bela maratona de Budapeste. E mandou um relato especial para este blog. Fiquemos, pois, com a história de Andreia em Budapeste.

“Hospedei-me em um hotel nas proximidades da largada, pois praticamente iria fazer a prova sozinha. No sábado de manhã, fiz trote de cinco quilômetros para conhecer o local e soltar os músculos.

Durante todo o dia, houve várias corridas em diversas distâncias, de  400 metros a 10 km, ou seja para todos os gostos. Fui a Pasta Party e não me dei bem: a massa era estranha e tinha uns molhos doces, enfim diferente do que estou habituada encontrar em outras maratonas.

Domingo não precisei acordar tão cedo, já que estava a 1,5 km da partida. Fui a pé e apanhei logo uma chuva daquelas, com bastante frio.

Resolvi ir ao banheiro, mas havia um enorme congestionamento. Fila que fila que fila que fila: só saí dali às 9h28 e tive de correr para ficar pronta para a largada, que seria às 9h30.

Já não consegui entrar no brete do pessoal que previa terminar em quatro horas. Acabei ficando na última fila, daqueles que iriam para o tempo máximo da prova –5h30.

O começo foi muito estressante: só passei pela largada 12 minutos depois de a corneta ter soado, e ainda toda encharcada e com frio. Para piorar as coisas, era seguida pelo ônibus-prego, que pega os corredores que não cumprem o tempo limite em alguns pontos da prova. O corredor que passa pela meta volante depois da hora marcada é desclassificado.

Por tudo isso e mais um pouco, dei o maior gás nos primeiros quilômetros. Até o km 8 corri feito uma maluca, com os pés megacongelados. Foi dificil. 

Mas depois deixei rolar, e esqueci do tempo que queria fazer, ainda mais porque uma lesão em julho último me impediu de treinar como eu pretendia.
Então, resolvi relaxar e aproveitar a corrida e desfrutar a cidade.

Foi muito bom entrar nesse espírito, pois a maratona foi fantástica, muito apoio nas ruas. As pessoas carregavam cartazes de incentivo --eu não entendia nada, claro–, e não tiveram medo do frio e da chuva. 

Mesmo idosos e crianças vieram nos incentivar, bastante animados.

Adorei a prova. Havia comida e bebida em quase todos os postos de abastecimento, música, até moradores a tocar violino e saxofone (que luxo).

Muitos corredores fantasiados: tinha pantera cor de rosa, cubo mágico, anjos, nem sei como conseguem correr 42 km com tanta tralha.

Enfim meu objetivo foi cumprido. Acabei conseguindo fazer a prova em menos de 4h30 e ainda conheci uma nova cidade.

Recomendo vivamente Budapeste. Além da maratona, há uma prova de 30 km e a maratona de revezamento, portanto quem não se sente preparado para os 42 km pode se aventurar nas outras.


Já penso na próxima, mas não sou atleta, sou somente uma mulher que resolveu correr e foi feliz para todo o sempre!!!”

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