5.3.15

Quando a questão é grana, depois dos 40 anos a vida é só lomba abaixo

E ainda tem gente que se impressiona, exclamando: "Mas tu te aposentaste a inda estás trabalhando???!!", numa pergunta cheia de acusação.

Não sou eu, meu caro, é o mundo que é assim.

Ao longo da vida, dificilmente o trabalhador consegue poupar o suficiente para ter uma aposentadoria totalmente livre de emprego ou bicos eventuais.

E não somos apenas eu e você, o Brasil tá cheio. E o mundo é assim mesmo, como demonstra um estudo realizado pela Receita federal dos Estados Unidos.

Claro que os dados são de lá, mas acho que eles dão uma boa ideia do que vive o trabalhador no mundo desenvolvido --aqui deve ser até pior.

Resumo da ópera é o seguinte: considerando uma vida de trabalho dos 25 aos 60 anos, até os 40 anos o sujeito está em franca ascensão. É quando casa, tem filhos, compra isso ou aquilo, acredita que tem um futuro promissor, faz dívidas...

Mas o futuro é muito diferente, mostra a dura realidade dos números, que você pode conferir neste quadrinho simples. Ele mostra os ganhos médios por idade; ainda que ele não use valores absolutos do rendimento, o desenho é absolutamente claro, você não concorda?

Ou seja: há crescimento expressivo até os 40 anos. Depois, o caminho é a estagnação. Durante algum tempo, o trabalhador ainda vê seu salário aumentar um bocadinho, mas não se trata exatamente de crescimento, segundo os responsáveis pelo estudo, mas apenas recuperação frente à inflação.

Nos cálculo dos norte-americanos, o aumento real nos ganhos dos 40 aos 50 anos fica em torno de US$ 1.000 sobre o máximo recebido até então.

Depois, meu amigo, minha amiga, é só lomba abaixo.

Então fica claro como é complicado fazer uma poupança substancial. Enquanto a gente está crescendo na vida, dificilmente vamos nos preocupar com os anos menos polpudos; queremos mesmo --com toda a razão-- aproveitar, investir no prazer, dar o melhor possível para os filhos pequenos, para que eles possam se encaminhar na vida.

Quando começamos a perceber que somos dispensáveis, que poderemos vir a perder o emprego, que a idade está chegando e que precisamos construir um colchão de segurança para o futuro, os ganhos já são praticamente da mão para a boca, como se diz: sobre mais mês no fim do salário do que salário no fim do mês.  


Se você gosta do assunto e quer saber mais detalhes sobre a situação dos ganhos dos norte-americanos ao longo da vida, o estudo completo, em inglês, está AQUI.

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